Thursday, February 26, 2015

AS CINZAS DOS 50 TONS DA PAIXÃO DE BOB DEVASSO

Não vi o filme, nem li o livro "50 Tons de Cinza", mas a temática me é peculiar e parece interessante.
Falam de uma história "sensível", no melhor estilo "porno chic".
Meu amigo Bob Devasso, de induvidavel raiz machista, chegou outro dia no boteco querendo levantar a discussão. 
"Toda mulher gosta de apanhar" ironizou lembrando a frase famosa de Nelson Rodrigues.
Não chegaria a esse extremo, mas o sadomasoquismo presente em outras obras de sucesso, permeia as fantasias de homens e mulheres que gostam de sexo. 
Na defesa da sua tese rodriguiana Bob Devasso saiu-se com uma estória. 
Certa vez estava na cama de uma exuberante dama, de hábitos finos e gestos sofisticados quando ela gritou "Me bata!".
Meio que espantado e para não fazer feio deu-lhe um tapinha, tipo aqueles que se dá em bumbum de criança malcriada. 
A dama permaneceu carente em seu desejo e retrucou "Bate mais!".
O pobre do Bob Devasso de mão ardida de tanto tapinha besta, sentiu que não estava agradando, e que na certa iria perder o piteu para um outro carcamano, e perguntou na sua inocência de marinheiro de primeira viagem "Está bom assim?".
Foi quando a surpresa arremeteu-o a insanidade do ato ao ouvir a resposta da bela rapariga.
"Eu quero porrrada, dessas de briga de rua de torcida organizada! " berrou a bela.
Não foi preciso dizer que o hematoma e os arranhões fizeram dele um agressor contumaz, quando ela deu queixa na delegacia. 
Passado um tempo, ela retirou o processo, e ao caminharem pelo calçadão da praia se reencontraram.
Ela toda assanhada, e com um olhar brilhante cheio de desejo exclamou:
"Estou com saudade daquela nossa noite de luxúria! "
Bob Devasso, tomado de um instinto quase animal, saiu correndo numa desabalada carreira, e nunca mais dela falou.
Retomou a história para retirar as cinzas da lembrança, e esquecer dos seus cinquenta tons.

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