Sunday, July 5, 2009

O Festival do Camarão da Praia do Siqueira, em Cabo Frio

Depois de um período de muito trabalho, e ausente do blog meio chateado com essa história de acessar discado, o que me tira um pouco do prazer de escrever aproveitei um tempo da produção de um novo compromisso para cozinhar em CaboFrio para visitar o FESTIVAL DO CAMARÃO DA PRAIA DO SIQUEIRA.
Fui em boa companhia. Minha amiga Teca (Terezinha Mousinho, mãe do meu amigo Manfredo "Choveu no Meu Chip" Junior), boa de copo e papo, que do alto dos seus 80 anos tem belas histórias do tempo da convivência com D. Helder Câmara na Juventude Universitária Católica (JUC), e rica passagem pelo mundo espiritualista com sua entidade e mestre tibetano Talabate.
Cabo Frio, como sabem não é mais aquela dos tempos da Brigite Bardot em Búzios. Cheia de gente, comércio esfuziante e trânsito que não fica nada a dever aos piores do mundo.
Cruza daqui, corta prali, informa acolá chegamos a Praia do Siqueira. Não foi fácil encontrar o Festival, que na sua 5ª edição contou com uma péssima sinalizalização, quase que desprezado pela Secretaria de Turismo local.
Mas valeu a pena. Bela idéia de quem a teve, mas bonita ainda pela maneira como é organizado.
Para participar todos que oferecem seus quitutes tem que ser ligados a comunidade de pescadores da Praia do Siqueira, artesãos, quituteiras e barraqueiros.
Dessa vez, como já fizeram no ano passado cada cozinheiro ou cozinheira só podia apresentar e vender até dois únicos petiscos ou comidinhas, que deviam ser diferentes uns dos outros para fazer a variedade à disposição dos gourmets.
Assim tivemos de tudo. Camarão a Dorê, Camarão Acebolado, Escondidinho de Camarão, Bobó de Camarão, Camarão ao Creme com Queijo, Crepe de Camarão, Penne com Camarão ao Molho Branco, Camarão a Milanesa, Panqueca de Camarão, Strogonoffe de Camarão, Croquete de Camarão e muito mais, todos vendidos ao preço único de R$ 7,00 a porção.
Eu em especial experimentei 5 dos acepipes a saber: Coquile de Camarão, um camarão afogado num delicioso tempeiro puxado no alho e depois acrescido a um creme catupiry com champignon, e servido com arroz branco; o tradicional Pastel de Camarão; o Bolinho de Aipim com Camarão; um Bolinho de Batata com Molho de Camarão, e o inevitável Camarão Frito ao Alho e Óleo.
Entre os pecados do Festival o de ser patrocinado por uma marca de cerveja. Neste particular creio que os festivais gastronômicos só poderiam ser patrocinados por fabricantes de farinhas, fermentos, temperos e outros ingredientes ou materiais que pudessem ser usados nas cozinhas.
Patrocínio de cerveja é sacanagem com quem gosta de comer bem.
Senti falta também dessa coisa da moda de dar nota ao petisco. Não que quisesse esculhambar com alguém. Mas quem faz bem feito merecia saber que o seu é o melhor.
E meio nessa linha resolvi eleger o Pastel de Camarão da Dª Maysa como o meu 2º preferido, e o Coquile de Camarão da Dª Cidinha como o campeão.
Semana que vem estarei lá, de novo em Cabo Frio para cozinhar.
Certamente sentirei vontade de voltar a Praia do Siqueira e experimentar os sabores do camarão que a gente boa do local sabe preparar.

Sunday, April 12, 2009

Os bolinhos de aipim da Posse

Lea e Márcia são duas cozinheiras da Posse, localidade onde fica o meu sítio em São Vicente de Paulo, distrito de Araruama.
Lea prepara os jantares das casas dos sitiantes abastados, e Márcia, com curso de aproveitamento de alimentos do Sesc trabalhou durante muito tempo como merendeira do grupo escolar.
Convidei-as para trocar experiências culinárias, e aprender com elas os segredos dos seus "Bolinho de Aipim", que elas vendem em dias de jogos no campo de várzea do lugar.
Primeiro fomos ao sítio do “seu” Izaias para pegar o aipim tirado do pé.
“Seu” Izaias é um camponês proseador que trabalha a terra desde de pequeno. Enquanto foi lá pegar o aipim ficamos conversando com a mulher dele, que nos vendeu “ovos caipira” a R$ 4,00 a dúzia. Perguntei sobre as galinhas e quase cai para trás com o preço: R$ 13,00 o kilo.
Aipim bonito aquele, fruto de uma terra preta, raiz das boas.
Das conversas fiquei sabendo que era do tipo “carioca”, de casca branca, o melhor para o preparo de bolos e salgados, enquanto que o de outro tipo, mais encontrado e vendido nas grandes cidades é o de “casca rosa”, mais amanteigado, gostoso para comer a mesa com manteiga no café.
Na cozinha deixei as duas à vontade, trocando ricas experiências culinárias, até que chegamos a uma definitiva receita.
A carne moída do recheio da Lea é show de bola. Refogada com cebola batidinha, salsinha, cominho e colorau feito em casa.
O aipim depois de descascado e cozido na panela de pressão, por uns 15 minutos após levantar pressão ficou cozido no ponto para passar pelo amassador.
Só que este tipo de aipim não pede farinha de trigo para pegar o ponto da massa.
Para não ficar pegando, e bom de moldar os bolinho acrescentamos 1 colher de sopa de óleo de milho por kilo de aipim cozido, que no meu caso foi passado antes pela máquina de moer carne no dente largo, ainda quente, depois de tirados os fiapos.
Ficou uma massa tão boa e uniforme que parecia um sorvete de creme.
Depois foi só moldar os bolinhos, que fizemos de carne moída e carne seca.
Durante o encontro repassei, além de noções de gastronomia técnicas de congelamento, colocando a sua disposição os nossos freezeres para alcançar os seus objetivos profissionais. Junto com isso também as instrui sobre o comércio dos seus produtos.
Daqui para a frente vai ser assim, já que a idéia da cozinha comunitária não vingou.
Reunião e bate-papo com outras mulheres do local para trocar experiências, e tentar conscientizá-las a gerar renda com suas habilidades quase que domésticas.

Sunday, April 5, 2009

Seria o gambá um animal em extinção?

Eram três gambás. Um fugiu, os outros dois Mica matou.
Mica é o caseiro do sítio, homem dos sete instrumentos.
Quando soube que os gambás estavam escondidos no sótão da casa ficou eufórico.
Montou tocaia durante dois dias esperando os bichinhos aparecer.
Até que no terceiro eles resolveram dar as caras descendo pelo cajueiro.
Mica correu atrás, deu-lhes uma paulada que não pegou – os bichinhos correram céleres pra cima da árvore e de lá não resolveram mais sair -, e saiu todo prosa contando vantagem.
Mica foi em casa, pegou uma lanterna e voltou, subindo na árvore... E nada!
Até que, outro dia a tardinha, saindo do pasto depois de apartar os bezerros recebeu a notícia. Estavam fazendo barulho, em cima do forro da cozinha.
Rapidamente subiu no telhado com um cabo de vassoura e foi direto onde um dos bichinhos estava.
Deu dó! Agarrou o gambá pelo rabo e aplicou-lhe uma pancada na cabeça. O bichinho chorava, e ainda estava estrebuchando quando ele o jogou de cima do telhado.
Não agüentei a cena de vê-lo carregando o gambá pelo rabo, a caminho da sua casa de onde iria direto para a panela.
E eu que não sou amante de carne de caça fiquei curioso para saber o gosto que têm, como se prepara e faz.
Hoje numa prosa na varanda recebi uma aula desse animal, tido por alguns como peçonhento, amigo do meu pé de siriguela, inimigo dos ovos das galinhas do quintal.
O gambá é um animal estranho. Feio que nem dó exala um fedor, uma catinga sempre que está acuado.
E é essa catinga, esse fedor que tem que se cuidado em retirar ao preparar.
São duas glândulas debaixo do sovaco e duas na altura da virilha que tem que ser arrancadas fora antes do preparo. Tem também uma outra carne no pescoço que tem que ser tirada.
Depois é pegar o bicho e “salpicar” no fogo (salpicar é queimar o pêlo assim como se faz com o porco).
Salpica e raspa, tantas vezes quantas forem necessárias para limpar todo o couro.
Depois lava-se o bicho, corta-se ao meio da cabeça ao rabo, dividindo em dois.
Parte-se em pedaços e põe para marinar num tempero a base de alfavaca, alho, sal, vinho tinto, e para alguns cebola.
Curtida bem a carne leva-se ao fogo com água para cozinhar e amaciar em panela de pressão.
Ao final, vendo que os pedaços estão macios joga-se fora o molho e frita-se em gordura quente.
Não foi dessa vez experimentei. Mas da próxima, se o bichinho for mais carnudo, com menos gordura vou provar.
O papo estava rolando quando chegou “seu” Romário, pescador de Arraial do Cabo falando de passarinho.
Foi quando perguntei: “Já comeu gambá, “seu” Romário?”
“Já comi sim..” respondeu “...mas hoje não sei se teria coragem de comer mais não!”
“Antigamente a gente comia rolinha, pombo, passarinho, tudo matado com estilingue. Hoje, velho tenho pena desses bichinhos de Deus que vivem perdidos no meio do mato” arrematou em tom de pena.
Gente simples com suas estórias, perdidos que nem gambá, com suas preocupações ecológicas nesses tempos em que a preservação do meio ambiente esbarra, volta e meia com os prazeres da carne.

Wednesday, March 25, 2009

Nosso modo de enfrentar a crise

Com a crise batendo a nossa porta fomos obrigados a nos movimentar.
Reduzimos custos e adotamos uma nova política de preços, com descontos significativos graças ao corte de pessoal em nossa equipe de cozinha, e deixando de lado serviços que antes oferecíamos como obrigatórios.
Com isso o cliente poderá optar por um serviço mais simplificado, com preço reduzido sem, no entanto mexer na qualidade dos produtos servidos em nossos cardápios.
Certamente estas mudanças implicarão em mais trabalho, mas o custo-benefício alcançando por ambas as partes – cliente e VIRTUAL BOTECO BISTRÔ permitirão ultrapassar este momento difícil.
Isso não quer dizer que tenhamos deixado de lado nossos planos de crescimento.
Com um volume de investimentos significativos já em plena crise alcançamos um nível de atendimento igual aos dos chamados “botecos de grife”, com uma apresentação dos serviços impecável e um cardápio, considerado por alguns melhor que os deles.
Paralelamente, com o estabelecimento da sede para a Região dos Lagos em nosso sítio adotamos em nosso cardápio o conceito “slow food”, atendendo a um número menor de clientes com muito mais qualidade naquilo que está sendo servido.
Todo este movimento resultou na melhora da prestação de serviços a um preço bem menor.
Claro que o corte na minha equipe de cozinha significará uma sobrecarga de serviço que não poderá permanecer por muito. E mesmo o fato de tornar opcionais itens da ambientação descaracteriza bastante o conceito original da nossa idéia de boteco, tendo que logo voltarem a ser incorporados ao preço normal.
Nada disso no entanto demove a nossa crença que este momento é passageiro, e que todos nós sairemos ganhando ao final deste momento.

Sunday, March 22, 2009

O prazer de cozinhar com qualidade de vida

Considerando que o meu trabalho de 'personal chef' no VIRTUAL BOTECO BISTRÔ está definitivamente implantado - embora nosso objetivo principal não seja o de buscar um sucesso financeiro imediato já alcançamos uma boa média de visitas diárias em nossos endereços virtuais, e um 'mailing-list' que em menos de 1 ano atingiu uma marca significativa de visitantes cadastrados -, ficou mais fácil incorporar à idéia o nosso projeto de vida.

Como a base de atendimento para a Região dos Lagos em nosso sítio em São Vicente de Paulo, distrito de Araruama já conta com acesso a internet e comunicação telefônica eficaz, partimos para completar o nosso projeto de vida de deixar de lado o ritmo frenético do dia-a-dia da cidade grande, e praticar o prazer de cozinhar com consciência e responsabilidade.

Tudo isso sem perder as características principais que fizeram do VIRTUAL BOTECO BISTRÔ uma bem sucedida idéia: garantia de pontualidade, qualidade nos serviços e atendimento personalizado, com preços menores que os dos botecos da moda que atendem a serviços de botequim em casa.

A partir de agora nossos clientes irão consumir em suas festas e eventos uma gastronomia que junta a culinária que pratico ao conceito de 'slow food', com a maioria dos petiscos e comidinhas preparados com alimentos regionais produzidos de maneira responsável e sadia, ao mesmo tempo em que desenvolvo um trabalho social que permite aos moradores e sitiantes do lugar cultivar o hábito de uma alimentação saudável.

Com isso espero levar a mais pessoas o gosto e o prazer de comer bem com qualidade de vida em seu dia a dia.

Wednesday, February 25, 2009

O Rio não é Olinda, onde impera a tradição




Chegou quarta-feira... É o fim do carnaval!
Ontem me acabei no "Bloco da Ansiedade", um resgate original do carnaval de rua do Recife com um bloco que só toca frevo.
Tão original que trás até um daqueles bonecos gigantes que deram fama a cidade de Olinda.
Aliás, grata lembrança a que trago comigo do carnaval que passei na cidade, subindo e descendo os "quatro cantos" atrás da frevança, no melhor carnaval da minha vida.
Não posso dizer o mesmo da minha experiência domingo no sambódromo.
Que decepção! Não com a efervescência do samba, mas com o chamado "espetáculo" feito só para a TV.
Não sei se era porque eu estava ali, na cara do gol ilhado naquele galinheiro que chamam de frisa, ou se era porque meu olhar alcança além da obra de Niemeyer.
Para mim que passo com freqüência diante daquela maravilha de cimento armado que é o sambódromo vê-lo cheio de gambiarras, andaimes, gente a toa querendo ganhar algum, e sujeira, muita sujeira foi uma tristeza.
Na entrada cambistas se digladiavam com o fruto da desorganização, batedores passavam conduzindo vans lotadas de gente do poder, e a visão da zona que é o limite imposto pelas grades.
Lá dentro marketing, só marketing, onde quer que você fosse, numa poluição visual que deixaria o Niemeyer de queixo caído.
E aquele puxadinho que chamam de frisa... Tem dó! Se inspirados nas do Municipal, por exemplo, ficavam devendo em conforto pela fortuna que foram vendidas.
E ainda tive que aturar o deslumbramento de aspones e asponinhos do estado e do município que ao lado desfrutavam das mordomias do poder.
Mas o samba... Ah, o samba... Que maravilha! Abençoados por Deus, que deu a essa turma o talento e o dom para criar tanta diversidade.
E logo de início um samba lindo das antigas da Império Serrano, que me fez ficar rouco de tanto cantar e lembrar do tempo em que ficava ali, pequenininho sentado aos pés da minha mãe assistindo as escolas desfilarem com samba no pé no meio fio da Rio Branco.

Tuesday, February 24, 2009

Um choque de alegria pelo celular

O carnaval de rua no Rio de Janeiro está de volta com a corda toda!
Quase que unanimemente todos creditam a garotada este retorno.
Mas vou mais além.
Quem não se lembra do poder público investindo grana para botar coreto com bandas em diversos pontos da cidade?
Contratavam-se músicos, som e palanque para tentar juntar a multidão... E nada!
Na origem o carnaval de rua dos bairros sempre foi um carnaval que girava em torno das praças, para onde se dirigiam os moradores para ver as fantasias de algum folião mais alegre.
Aos poucos esta tradição foi se esgotando e restringindo-se a meia dúzia de localidades.
Até o Centro da cidade com a eleição do carnaval baiano e do sambódromo pela rapaziada sofreu um esvaziamento.
Mas eis que junto com o chamado achatamento da classe média o Brasil (e o carnaval) ganham dois poderosos aliados para trazer de volta a alegria às ruas: o celular e a internet.
Com isso ficou mais fácil pra garotada duranga se libertar da TV nos dias de carnaval e ganhar as ruas.
A programação dos poucos blocos que haviam ganhou a rede, e a comunicação se espalhou pelo celular.
Hoje, para onde você vá tem alguém marcando encontro e cantando a pedra do lugar mais animado pelo celular, este apaixonado elemento de comunicação dos mais jovens, que trouxeram com ele a sua irreverência de folião, que já se pensava perdida pelos cariocas e visitantes para outras terras.
Agora só faltam o poder público chamar para si a responsabilidade, e organizar a coisa para que não se perca este momento da cidade voltar a se firmar internamente como opção viável de se brincar o carnaval.
Não dá para ir nesta direção de jogar no colo dos blocos a tarefa.
Banheiro químico? É coisa da prefeitura sim!
Segurança? É coisa da prefeitura (e do estado) sim!
Apoio técnico? É coisa da prefeitura sim!
O máximo que cabe aos organizadores dos blocos e correr atrás de patrocínio para parar com essa idéia maluca de vender camiseta para pagar músicos e ritmistas.
A indústria de bebidas, que vem ganhando fortunas com os ambulantes que saem que nem baratas do esgoto por ai tem que colaborar.
Senão os malucos desse tal choque de ordem vão querer organizar tanto (e tirar o corpo fora), que essa tranquila alegria que o Rio ganhou vai virar uma imensa bagunça ficar violenta e voltar a ser o que já virou no passado, um desanimado coreto de pracinha.

Saturday, February 21, 2009

A santa água do Barbas

Foi literalmente um banho de alegria meu primeiro dia de carnaval, molhado dos pés a cabeça.
Tinha combinado de sair da praia e cair na folia, ali por Botafogo perto de Copacabana aonde fui tomar meu banho de mar.
No que cheguei à concentração do bloco estranhei os foliões. Uma gente de banho tomado, toda produzida, com aquele astral de paulista em carnaval baiano.
A bateria até que era legal, mas tinha um puxador em cima de um trio elétrico que cismava de dar uma de puxador de samba enredo, com aqueles gritos de guerra de quadra de escola de samba, de animador de torcida em quadra de vôlei de praia.
Eis que surge, cercado por uma dezena de seguranças bem vestidinhos o dono do bloco. Falou do patrocínio, da sua praia de carioca, e patati, patatá, pura cagação de regra.
Naquela de querer explicar porque o bloco saia de corda (alias, novinha em folha!) falou a palavra que me chamou a atenção: pipoca, referindo-se ao pessoal que ia ter que pular para o lado fora da área reservada ao pessoal que tinha comprado a camisa.
Pipoca? Isso é coisa de carnaval baiano, cercado de comércio e disciplina.
E não é que eu estava mesmo no bloco errado! Ao invés do velho e bom “Bloco do Barbas” do Nelson Rodrigues tinha eu me metido no “Dois pra lá, dois pra cá” do Carlinhos de Jesus, o famoso bailarino com alma de pop-star.
E lá fui eu correndo para a Arnaldo Quintela em busca do meu passado, dos meus primeiros carnavais brincados no Rio, lá pelo final da década de 80 quando cheguei de Niterói para morar em Botafogo.
Dessa época meus dois símbolos da folia fora o “Boka de Espuma” e o “Bloco do Barbas”, que naquela época ainda era o botequim do Nelson para quem se lembra.
O empurra, empurra a mistura de odores, a irreverência da garotada, e a descontração na maneira de vestir e trajar, misturando raças e classes sociais demonstravam que eu estava a caminho de um verdadeiro “bloco de sujo”.
E lá fui eu atrás da multidão, arrastando os chinelos, cantando o refrão meio atravessado, até dar de cara com o símbolo maior do bloco: o carro-pipa.
Foi um custo chegar bem perto, e deixar o corpo encharcar daquela água, que para muitos, como para mim foi no passado mais parece a água benta que batiza a todos os foliões cariocas... Santa invenção!
Os pés sujos de lama, as vestes cheias de água só faziam crescer a alegria, a emoção de estar ali, no meio da multidão gritando para a moça que em cima do caminhão organizava a hora certa de jorrar o santo líquido: “Gordinha, gordinha, gordinha!”.
Para dizer a verdade este foi meu segundo dia de carnaval, posto que no primeiro fui ao “Concentra, mas não sai” e tive meu celular roubado, e continuo fazendo um esforço danado para me esquecer.
Mas do “Bloco do Barbas” não esquecerei jamais!

Monday, February 16, 2009

Um ano do blog...

Ao som da cuíca e do tamborim o blog nasceu.
No meio da folia, num dia de carnaval há um ano começava a minha alegria de falar do meu VIRTUAL, dos amigos e dessa eterna festa que é a vida.
E a minha vida se cruzou com a de vocês quando começamos a sair por ai empunhando o estandarte da cultura gastronômica dos botequins, nas festas de dezenas de foliões.
Nesse ano o VIRTUAL cresceu, seu faturamento dobrou, e cada vez mais é o objeto de desejo de quem gosta da comida de boteco paulista, carioca e mineira.
Claro que a fantasia de 'chef de cozinha' vai ficar em casa.
Está chegando à hora de muito samba, suor e cerveja vestido que nem qualquer um, com os pés sujos da felicidade de estar no meio da multidão.
E para quem gosta de precisão o blog estreou no dia 5 de fevereiro do ano passado, quando a folia já corria solta.
Mas vamos deixar para lá esta formalidade e combinar, que o aniversário dessas mal traçadas linhas como alguém já disse se dá em pleno reinado de Momo, sob o sol causticante do verão carioca, embalado pelas ondas do mar e pelo ritmo contagiante de qualquer bloco de sujo que passar.

Sunday, February 8, 2009

Medidas de segurança para uma boa festa

Tenho me dado conta da desatenção com a segurança de alguns clientes que tem contratado serviços como os do VIRTUAL@, e das informações que tenho ouvido de outros prestadores de serviço, muitas delas oriundas da falta de cuidado dos clientes para com o seu patrimônio.

Ao contratar serviços para uma festa qualquer pessoa deve ter em mente o sem número de atividades nela envolvidas, executadas as vezes por equipes e contratados diferentes, e que os profissionais que nela irão trabalhar deverão ter acesso apenas às áreas reservadas para o seu trabalho, função por função.

Deverá ser pensado que o local deverá ter área reservada aos prestadores de serviço especificada por função, com banheiro de serviço e para troca de roupas, e áreas para atendimento de convidados bem delimitadas por mesas e próxima dos serviços. Assim, qualquer movimentação fora da área destacada para o trabalho poderá ser vista com estranheza.

Para sua tranqüilidade a pessoa que organiza uma festa, e que pretenda nela se divertir deve destacar algum preposto que possa supervisionar a um, ou aos diversos quadros contratados, e que pelos seus afazeres estarão circulando pelo ambiente reservado a festa.

Outra medida de segurança quando a festa for realizada em sua própria casa é que o cliente não deve deixar a mostra itens de valor e proteger aqueles mais frágeis, tais como jarras, vidros e quadros, posto que, em caso de sumiço ou dano todos aqueles que estejam (ou estiveram) presentes no local poderão, a princípio ser responsabilizados pelo ocorrido. Nestes casos não se pode dizer que o caráter de um convidado é melhor do que o de um funcionário só porque o cliente o conhece a mais tempo, ou porque ele tem um melhor nível social ou financeiro.

Outra coisa: existe uma certa tendência, porque não dizer preconceito por parte de quem contrata algum serviço de achar que um profissional não o seja, estando portanto passível da execução de qualquer trabalho. Um garçom, por exemplo, não pode ser chamado a limpar um chão, e uma copeira chamada a ir a rua para comprar alguma coisa que falte sem o conhecimento da chefia da equipe.

Portanto, como medida de segurança, e para não quebrar a hierarquia do serviço a pessoa que contrata um serviço como o do VIRTUAL@, por exemplo não deve solicitar a nenhum funcionário contratado serviços fora do escopo do seu trabalho, e quando necessário deve solicitá-lo diretamente ao seu superior no local que verificará a possibilidade de fazê-lo.

Uma outra medida da mais alta importância é ao final da festa fazer um rápido inventário dos bens havidos no local, e um balanço de como ficou o ambiente após o encerramento. Assim será mais fácil devolver a algum prestador do serviço um item que este venha a esquecer, ou cobrá-lo de algum material ou ativo que venha a dar por falta. Não é possível que passadas horas do término da festa o cliente venha a dar por falta de alguma coisa querendo culpar a todos, ou a membros de uma equipe que o atendeu em determinada ocasião.

Para mim do VIRTUAL@ todos os ativos estão precificados, e aqueles esquecidos ou danificados no local quase sempre são tomados como prejuízo.

RESUMINDO, ai vão nossas recomendações a convidados e organizador(es) para uma festa ou evento mais seguro:

1) Cada funcionário dos serviços envolvidos, empregados do local e convidados tem uma área designada pelo(s) organizador(es) da festa/evento para estar ou exercer sua atividade. Observe a movimentação de cada um dentro do espaço do local;

2) Se o banheiro social estiver sendo usado por algum funcionário de serviço avise ao(s) organizador(es) da festa/evento para que este designe um para uso do pessoal de serviço;

3) Em caso de reclamação sobre o serviço procure pela pessoa que comanda o grupo responsável para fazê-lo, e transmita ao(s) organizador(es) da festa/evento, ou a um seu preposto a natureza da mesma;

4) Guarde e mantenha protejidos todos os objetos frágeis ou de valor, e verifique se os do(s) organizador(es) da festa/evento estão protegidos e guardados;

5) Em caso de alguma tarefa fora do afazer de um funcionário dirija-se a quem comanda o grupo para pedir, e não a este para que ele avalie a possibilidade de fazê-lo;

6) Ao final da festa faça um inventário do seu patrimônio, e verifique o estado em que ficou o ambiente com vista a ajudar na apuração da responsabilidades por algum dano;

7) Em caso de sumiço ou dano de algum material comunique a pessoa que comanda o grupo e ao(s) organizador(es) para que este(s) peça(m) a ajuda de cada funcionário ou seu(s) empregado(s) para o esclarecimento do fato;

8) E finalmente lembre-se que a segurança do seu patrimônio só lhe diz respeito, e que todos, prestadores de serviço, empregados do local, convidados e organizador(es) da festa/evento são passíveis de investigação em caso de roubo ou furto.

Thursday, January 15, 2009

De Boteco "Pé Sujo" a "Boteco Bistrô"

Pronto... Resolvemos assumir! O Butiquim Virtual agora é "Virtual@".
Com a criação do site "Botequim do Byra Expresso", um buteco "pé sujo" com a cara do Rio não dava mais para manter a dupla identidade.
Aquele ar de coisa chique, com cara de paulista que o "Butiquim Virtual" tinha só podia dar nisso. Um "bistrot" aconchegante e cheio de charme com o jeito que o público mais antenado estava querendo.
E como eu não estou a fim de virar um serviço de buffet fazendo festa cheia de brilho para dezenas de pessoas resolvi parar por aqui.
No "Virtual@" não atendo mais que 80 convidados (o que já é gente pra caramba), o que dá pra ficar dando uma incrementadinha aqui, outra alí, sem altos investimentos.
O lucro? Não é isso que a gente persegue nesse nosso negócio, embora ele seja sempre bem vindo.
Como todos devem saber na essência, os bistrôs são restaurantes franceses pequenos, simples, com decoração rústica, e quase sempre comandados por uma família. No pequeno cardápio (quando existe um, pois muitas vezes o menu esta na cabeça do dono), abrigam pratos tradicionais que chegam à mesa em porções fartas, baratas (no Brasil, nem tanto) e preparadas com um especial toque caseiro.
E aqui, o que há de diferença nesse conceito para o nosso tradicional boteco? Nenhuma, apenas o ar de coisa chique que os paulistas deram a coisa.
E no nosso caso uma adaptação ao desejo do tal "mercado".
Então já sabem. Quando quizerem armar um pagode, batucar na mesa, e sambar e sambar contratem o "Botequim do Byra Expresso".
Já quando estiverem a fim de marcar presença com a família da noiva, descolar uma nomeação com o chefe, ou até mesmo se dar ao luxo de mostrar que está bem na vida contrate o "Virtual@".
Sem medo de ser feliz, e de ficar com uns quilinhos a mais.

Saturday, January 10, 2009

A natureza do nosso e-commerce

Hoje conversava com uma amiga sobre o trabalho que dá em se ter um comércio eletrônico. Diferentemente do telefone, o chamado e-commerce necessita de alguns requisitos que nem sempre estão presentes no atendimento presencial.

QUANDO O CHARME DÁ LUGAR A RAZÃO

Enquanto ao telefone o charme e a simpatia do atendente podem esconder certas fragilidades do produto ou serviço, na internet tudo tem que estar bem claro. Características do produto, prazos de entrega, garantias, preço, condições de pagamento e entrega, e tudo o mais que tenha relação com aquilo que se está vendendo.
Quando se tem que por algo por escrito, a racionalidade do texto comercial não pode dar lugar a certas intimidades e maneirismos do olhar e da voz.
Se eu não lhe conheço o máximo que posso me permitir de informalidade é quando lhe perguntado lhe tratar por algum prenome ou apelido pelo qual é bastante conhecido.
Eu, por exemplo, sou conhecido na minha atividade comercial pelo apelido de "Byra" e não pelo meu nome "Ubirajara", e me sinto plenamente respeitado quando assim tratado.

ATENDIMENTO AO CLIENTE

A utilização de e-mails, quando o e-commerce não é totalmente informatizado dá ao comprador uma gama de recursos que serão imediatamente incorporados a sua contratação, embora não façam parte de nenhum documento.
Perguntas sobre as diversas facetas do produto ou serviço podem ser atendidas, não só através de um bom tira-dúvidas como também através de e-mails.
Quanto aos e-mails reputo como a parte principal do atendimento. Estes não podem ser respondidos muitas horas ou dias depois, levando o cliente a se sentir desconsiderado.
Não é pelo fato de a sua marca ou serviço ser famosa no mercado que você não vá ter a presteza de responder ao cliente.
Pelo menos umas 2 vezes ao dia durante o expediente comercial sua caixa de e-mail deve ser atualizada.

O EFEITO SURPRESA

Outra coisa que diferencia o e-commerce do comércio ou atendimento tradicional é o efeito surpresa. Não para pior, mas sim para melhor.
Ao receber o produto ou serviço o cliente deve ficar plenamente satisfeito, e quiçá surpreendido com aquilo que recebeu, não só para a sua satisfação pessoal como também para fazer calar os mais céticos com a sua opção de realizar uma compra tão cheia de riscos.

CREDENCIAIS DO VENDEDOR

Quanto a estes, os riscos devem ser minimizados pelas credenciais do vendedor.
Faça uma busca em algum mecanismo de pesquisa e veja se não constam notícias desabonadoras em algum fórum ou noticiário de jornal.
Se necessário refaça a trajetória de vida do vendedor através de trabalhos anterior que empreendeu ou realizou.
Recentemente o site "Buscapé" lançou uma ferramenta denominada "confiômetro", um endereço onde estão listados os bons e os maus no e-commerce. Mediante cadastro você também pode expressar a sua opinião sobre um produto ou serviço.

NEM SÓ DE PREÇO VIVEM OS CLIENTES

Claro que todas estas potencialidades devem estar presentes quando o cliente for comparar o preço de um ou de outro produto ou serviço.
Toda esta segurança na contratação há de estar presente no valor da contratação, embora a concorrência não permita discrepâncias substanciais. Sou da opinião que cada um escolhe aquele com quem quer concorrer.
Nos serviços que presto escolhi como alvo da minha realização os bares e restaurantes da cidade que prestam serviços iguais ao meu, como o "Botequim Informal", a "Academia da Cachaça", o "Petisco da Vila", e outros do mesmo quilate, os quais procuram alcançar com qualidade dos serviços e a excelência dos cardápios.
Foi-se o tempo em que me preocupava com serviços sem nenhuma credencial que ofereciam o mesmo serviço que eu tendo como base apenas o preço.
Creio que o cliente que me procura está em busca de algo mais que isso.
Ademais, não posso deixar de lado o meu grau de formação (e informação) e querer ser reconhecido (e conhecido) como mais um bom "chef" e "expert" que vem disputando seu lugar ao sol.

Sunday, January 4, 2009

"Deixo um passarinho..."

Minha amiga Ana Maria, que tem por ligação com a boemia vida noturna da cidade ter nascido filha do Teixeira, dono do Carretão frequentado no passado por ilustres figuras como Tom, Vinicius e Chico agradeceu a nossa mensagem de Ano Novo postando outra, que bem poderia ilustrar a imagem da rolinha que pousou em nossa casa:

"É possuidor de imagem frágil mas, é um engano aos que dele desconhecem.
Suas asas para longe e para o alto o levam ... de cima veem seus recantos preferidos.
Pousam no que querem ... um telhado / um pedaço de chão / uma ponta, tenra, de galho num jasmim ... se equilibram.
E seu canto é sempre divino.
Leveza que toca a alma."

Friday, January 2, 2009

Qual o melhor pedido num botequim?

Encerrada a nossa pesquisa vamos ao resultado da pergunta "qual o melhor pedido num botequim".
Em primeiro lugar ficou o tradicional "bolinho de bacalhau".
Depois veio o "caldinho de feijão".
E a seguir, empatados "frango a passarinho", "jiló recheado", "batata frita" e "sardinha frita".
Breve teremos nova pesquisa ai ao lado.
Até mais!