Tuesday, February 24, 2009

Um choque de alegria pelo celular

O carnaval de rua no Rio de Janeiro está de volta com a corda toda!
Quase que unanimemente todos creditam a garotada este retorno.
Mas vou mais além.
Quem não se lembra do poder público investindo grana para botar coreto com bandas em diversos pontos da cidade?
Contratavam-se músicos, som e palanque para tentar juntar a multidão... E nada!
Na origem o carnaval de rua dos bairros sempre foi um carnaval que girava em torno das praças, para onde se dirigiam os moradores para ver as fantasias de algum folião mais alegre.
Aos poucos esta tradição foi se esgotando e restringindo-se a meia dúzia de localidades.
Até o Centro da cidade com a eleição do carnaval baiano e do sambódromo pela rapaziada sofreu um esvaziamento.
Mas eis que junto com o chamado achatamento da classe média o Brasil (e o carnaval) ganham dois poderosos aliados para trazer de volta a alegria às ruas: o celular e a internet.
Com isso ficou mais fácil pra garotada duranga se libertar da TV nos dias de carnaval e ganhar as ruas.
A programação dos poucos blocos que haviam ganhou a rede, e a comunicação se espalhou pelo celular.
Hoje, para onde você vá tem alguém marcando encontro e cantando a pedra do lugar mais animado pelo celular, este apaixonado elemento de comunicação dos mais jovens, que trouxeram com ele a sua irreverência de folião, que já se pensava perdida pelos cariocas e visitantes para outras terras.
Agora só faltam o poder público chamar para si a responsabilidade, e organizar a coisa para que não se perca este momento da cidade voltar a se firmar internamente como opção viável de se brincar o carnaval.
Não dá para ir nesta direção de jogar no colo dos blocos a tarefa.
Banheiro químico? É coisa da prefeitura sim!
Segurança? É coisa da prefeitura (e do estado) sim!
Apoio técnico? É coisa da prefeitura sim!
O máximo que cabe aos organizadores dos blocos e correr atrás de patrocínio para parar com essa idéia maluca de vender camiseta para pagar músicos e ritmistas.
A indústria de bebidas, que vem ganhando fortunas com os ambulantes que saem que nem baratas do esgoto por ai tem que colaborar.
Senão os malucos desse tal choque de ordem vão querer organizar tanto (e tirar o corpo fora), que essa tranquila alegria que o Rio ganhou vai virar uma imensa bagunça ficar violenta e voltar a ser o que já virou no passado, um desanimado coreto de pracinha.

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