Sunday, December 11, 2011
Mesa de Boteco escolhe melhor bar
A Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim vai promover um concurso para escolher os melhores bares da cidade. O Mesa de Boteco, como vai ser chamado o evento, será realizado entre os dias 3 de março e 8 de abril de 2012.
Monday, November 28, 2011
Botecos que fazem a nossa história - Casa Villarino
Certa vez minha amiga me ligou morta de saudades.
Tinha deixado o jugo de um ex-marido canalha e se mudado para São Paulo, transformando-se numa poderosa executiva da firma do pai.
Marcamos encontro na Estação das Barcas e saímos andando pela Antonio Carlos na direção do Villarino.
Como é divertido encontrar alguém que se ama de paixão, e que nos deu a grata direção da vida.
Tê-la ao lado sempre foi prazeroso, vizinha de um apartamento acanhado em Niterói.
Nunca achei que aquela mulher descolada, viajada, de dupla nacionalidade, professora de inglês num dos cursos mais badalados da cidade fosse se interessar por mim, ou melhor, que eu fosse me interessar por ela.
Tínhamos em comum a liberdade e os filhos, eu pai-mãe, ela pai-filha.
A amizade, ou melhor, a relação corria bem até a chegada do ex-marido, um famoso ex-produtor de discos que transformou-se num gigolô de luxo regado a pó.
Ela, que tinha largado o vício da cocaína e se apegado a cerveja e a cachaça, além de ter que manter o vício daquele puto, tinha que aguentar as grossuras do moço, ralé de lord inglês.
Para se libertar do jugo do destino pediu desculpas ao pai pela vida desregrada, e prometendo mudar mudou-se para São Paulo.
Ainda bem, se não ia acabar virando mulher de bandido, preso que foi o canalha com uma carga de coca no aeroporto de Orly.
Sentados ali no Villarino bebemos todas, jogando charme e contando estórias do passado, relembrando a relação.
Fomos os últimos a sair, caminhando cambaleantes na direção da Cinelândia.
Prestes a tomar a saideira no Amarelinho, ou quem sabe, tomar a direção da cama fizemos o caminho inverso.
Ela pegando um táxi da direção do hotel em que estava hospedada, eu pegando a primeira barca para Niterói.
Sábia decisão que me deixou saudade, e transformou a Casa Villarino num lugar da minha história.
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Thursday, October 20, 2011
Em roda de boteco se come de tudo (e a todas)
Dizem que o Rafinha Bastos, humorista do CQC e a mais influente celebridade do Twitter errou na dose da piada.
Nunca vi tanto ti-ti-ti por nada. Um escândalo para promover uma baranga.
Para mim não errou na piada, errou no foco.
Fosse o alvo uma Luiza Brunet, Adriane Galisteu, Malu Mader, Tiazinha, ou até mesmo a Sabrina Sato vai lá.
Mas Vanessa Camargo? O que que Rafinha Bastos viu de especial nela?
Gostosa? Boa de cama? Grande cantora?
De gostosa ela não tem nada, parece uma rolinha cantante, uma galinha garnizé sem currículo nenhum com grandes pegadores como Falcão, Roger (ex-Flu), André Gonçalves ou qualquer coroa diretor da Globo.
Se a piada tivesse sido "Comia ela e a mãe" até passava.
Dona Zilu Camargo, a mãe, até que está dando um caldo depois de separar do Zezé de Camargo, desfilando por ai com namorados trintões.
Essa revolta toda não se deve ao fato da citação ter incorporado na piada o pobre coitado do feto - que dizem, se ganhar a ação já nasce celebridade - mas sim a uma onda de enquadramento pseudo moralista da era Lula, com censores despontando em cada vertente, desde a imprensa ao ministério Dilma.
Já quiseram enquadrar as calcinhas da Gisele, as bolinadas e boiolices de Valéria e Janete do Zorra Total, o beijo gay das novelas, e por ai vai.
Uma nova geração de Solanges está surgindo, que terão certamente o apoio do Pedro Cardoso, ator e autor de um célebre manifesto moralista contra o nu nas novelas para defender as suas deliciosas crias.
Nesse assunto sou obrigado a concordar com o escroto do Frota: "O Pais está ficando cada vez mais viadinho!"
A piada "Como ela e ..." é corrente em qualquer roda de boteco, rede de vôlei de praia, pelada de fim de semana. Coisa de macho pegador, devasso, que não respeita nem a senhora sua mãe.
Mas como macho agora é coisa escassa, e a mulherada está tomada de um cinismo pseudo-moderno na luta pelos seus direitos, a moda está pegando.
Bons tempos aqueles que qualquer mulher curtia uma piada suja do vendedor de picolé, do gari de rua, do negão desdentado motorista de caminhão ou trocador de rua, para chegar em casa e meter ciúmes no marido dizendo que tinha sido elogiada pelo Rodolfo Valentino.
Valha-me "São" Nelson Rodrigues e sua dama do lotação!
Nunca vi tanto ti-ti-ti por nada. Um escândalo para promover uma baranga.
Para mim não errou na piada, errou no foco.
Fosse o alvo uma Luiza Brunet, Adriane Galisteu, Malu Mader, Tiazinha, ou até mesmo a Sabrina Sato vai lá.
Mas Vanessa Camargo? O que que Rafinha Bastos viu de especial nela?
Gostosa? Boa de cama? Grande cantora?
De gostosa ela não tem nada, parece uma rolinha cantante, uma galinha garnizé sem currículo nenhum com grandes pegadores como Falcão, Roger (ex-Flu), André Gonçalves ou qualquer coroa diretor da Globo.
Se a piada tivesse sido "Comia ela e a mãe" até passava.
Dona Zilu Camargo, a mãe, até que está dando um caldo depois de separar do Zezé de Camargo, desfilando por ai com namorados trintões.
Essa revolta toda não se deve ao fato da citação ter incorporado na piada o pobre coitado do feto - que dizem, se ganhar a ação já nasce celebridade - mas sim a uma onda de enquadramento pseudo moralista da era Lula, com censores despontando em cada vertente, desde a imprensa ao ministério Dilma.
Já quiseram enquadrar as calcinhas da Gisele, as bolinadas e boiolices de Valéria e Janete do Zorra Total, o beijo gay das novelas, e por ai vai.
Uma nova geração de Solanges está surgindo, que terão certamente o apoio do Pedro Cardoso, ator e autor de um célebre manifesto moralista contra o nu nas novelas para defender as suas deliciosas crias.
Nesse assunto sou obrigado a concordar com o escroto do Frota: "O Pais está ficando cada vez mais viadinho!"
A piada "Como ela e ..." é corrente em qualquer roda de boteco, rede de vôlei de praia, pelada de fim de semana. Coisa de macho pegador, devasso, que não respeita nem a senhora sua mãe.
Mas como macho agora é coisa escassa, e a mulherada está tomada de um cinismo pseudo-moderno na luta pelos seus direitos, a moda está pegando.
Bons tempos aqueles que qualquer mulher curtia uma piada suja do vendedor de picolé, do gari de rua, do negão desdentado motorista de caminhão ou trocador de rua, para chegar em casa e meter ciúmes no marido dizendo que tinha sido elogiada pelo Rodolfo Valentino.
Valha-me "São" Nelson Rodrigues e sua dama do lotação!
Sunday, September 18, 2011
O Bistronomia Carioca, botequim em casa
Segundo os organizadores do Festival Comida Di Buteco uma das principais características de um verdadeiro boteco é ter o dono a frente do negócio, seja na cozinha ou no atendimento, não só garantindo o potencial culinário do estabelecimento, como também o perfil familiar caseiro. Aqui, um botequim em casa que tem o Chef atrás do balcão.
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"O botequim em casa BISTRONOMIA CARIOCA se limita a apenas um evento por data, de forma a proporcionar ao cliente um tratamento personalizado, por um preço que certamente ele estará disposto a pagar, para incluir entre seus desejos a deliciosa experiência de comemorar com seus amigos e familiares um momento tão importante da sua vida.
Drinkeria decorada |
O BISTRONOMIA CARIOCA tenta reproduzir em seu serviço exatamente aquilo que o cliente espera de um bar ou restaurante moderno, com um atendimento que prima pela eficiência e máxima cordialidade.
E para manter a tradição e o pioneirismo de ser o primeiro a levar para as residências, clubes e empresas a verdadeira e original comida de botequim o Chef Byra Di Oliveira possui pessoal de cozinha gabaritado com os apetrechos necessários para execução do BISTRONOMIA CARIOCA durante um período mínimo de 4 horas, e que forma com ele uma equipe de serviço experiente para preparação de toda a comedoria, com pratos e talheres para a degustação.
O BISTRONOMIA CARIOCA possui equipe para montagem de drinkeria e bar com chopp e caipirinhas de vodka, cachaça e saquê, e ambientação do local que remete a lembrança que todos tem dos antigos botequins cariocas."
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Foto e texto da divulgação.
Friday, September 16, 2011
Pequeno manual para uma boa caipirinha
PEQUENO MANUAL PARA UMA BOA CAIPIRINHA
A QUALIDADE DO LIMÃO
O limão corresponde a um terço dos ingredientes da caipirinha, só para entender a sua importância na receita. O mais usado é o limão Tahiti. Um exemplar médio, com bastante sumo, é o ideal. Para escolher, uma dica: limões com casca mais lisa costumam ter mais suco. Evite os que tiverem a casca mole: a fruta pode estar passada.
O AMARGO DO LIMÃO NÃO VEM DA CASCA
Nove de cada dez péssimas caipirinhas são amargas, e o limão quase sempre é o culpado. Para evitar isso não é preciso tirar a casca, mas o miolo branco da fruta (columela) deve ser descartado.
LIMÃO EM GOMOS OU RODELAS, TANTO FAZ
Para conseguir tirar a parte branca do limão, é preciso cortar a fruta no sentido do ponto onde se prende o caule (diferente de como costumamos cortar laranjas para fazer suco). Depois, corta-se novamente pela metade. Assim, a parte branca fica na extremidade e é mais fácil retirá-la. Alguns preferem a fruta em rodelas, cortando as bandas do limão e fazendo um talho de cada lado para tirar o miolo branco. Depois é só fatiar em rodelas fininhas.
QUANDO USAR A COQUETELEIRA
Quando a caipirinha é de limão, prefira sempre fazer direto no copo. Coloque as quatro bandas da fruta no fundo do copo com a polpa virada para cima (assim, você evita macerar a casca e liberar o amargor). O próximo passo é colocar o açúcar em cima e amassar o suficiente para a fruta liberar seu sumo. Mas atenção: macerar demais vai amargar a bebida, mesmo com todos os cuidados anteriores.
Se a caipirinha levar outras frutas, como maracujá e frutas vermelhas, a coqueteleira pode ser usada. O resultado costuma ser mais leve e refrescante.
A ESCOLHA DO COPO
Antigamente só se usava o copo ‘old fashioned’ (copo baixo reto). Agora, todo mundo passou a usar o copo “princesa” (baixo, em formato de “V”), perfeito para a quantidade de ingredientes da caipirinha. Se for usar copos longos é aumentar a receita, exceto a de limão.
USANDO AÇUCAR OU XAROPE
Ambos podem ser usados, dependem mais do gosto do bebedor.
Os mais tradicionalistas não abrem mão do açúcar e gostam de sentir o drinque em etapas (mais e menos doce, conforme o açúcar vai se misturando à bebida).
Já os fãs das caipirinhas mais homogêneas, preferem o xarope, que não deixa resíduos de açúcar no fundo do copo. Fazer o xarope é muito fácil: leve ao fogo em uma panela 2 partes de açúcar para uma de água. Misture até virar uma calda transparente. Coloque em um frasco ou bisnaga e deixe na geladeira (na hora de substituir o açúcar, coloque 4 colher de chá no preparo na bebida).
Em ambos os casos, convém não exagerar na dose: caipirinhas doces demais são tão intragáveis quanto as amargas.
O USO DO ADOÇANTE
Pode, mas vai ser uma economia pequena perto das 150 calorias de uma dose de cachaça ou de vodca. Se ainda achar que vale a pena, usar três sachês de adoçante em pó em cada caipirinha de limão; dois para drinques de tangerina ou kiwi; e um só para frutas mais meladas, como manga.
A FORMA DO GELO
Gelo em cubos, sempre feito com água filtrada, e alguns quebrados para ficar mais refrescante. Depois de macerar o limão com o açúcar (ou o xarope, ou o adoçante), encha o copo com as pedras e coloque um pouco do quebrado por cima. Só depois adicione a bebida alcoólica escolhida.
O TIPO DE CACHAÇA
Não é preciso ser cachaça especial, envelhecida ou aguardente, mas é (sempre) mais indicado usar produtos de qualidade. Bobagem achar que a cachaça artesanal mineira, que você guarda no bar de casa, não pode ser usada para o drinque. Quanto melhor o destilado, melhor a caipirinha.
UMA FRUTA PRA CADA BEBIDA
As bebidas mais usadas para fazer caipirinha – cachaça, vodca e saquê – têm características muito diferentes. Então, é natural pensar que existem frutas que vão melhor com cada uma delas.
Como sugestão use as seguintes combinações:
.Caipirinha de Cachaça – com frutas cítricas, como limão (1 unidade), limão-siciliano (1/2 unidade), lima-da-pérsia (½ unidade) e frutas brasileiras, como jabuticaba (15 unidades).
.Caipirinha de Saquê – com frutas mais delicadas, como uva verde (8 unidades grandes), morango (7 unidades) e kiwi (1 unidade). Não use frutas cítricas nem ácidas.
.Caipirinha de Vodka – é a mais versátil e combina com quase tudo, exceto frutas muito cremosas, como banana e mamão.
USO DE ERVAS E ESPECIARIAS
Atualmente as receitas mais complexas estão bem em alta. Mas algumas combinações são mais bem-sucedidas do que outras. Prefira misturar hortelã com frutas cítricas ou ácidas e pimenta com as mais doces (maracujá, caju, carambola). Tenha parcimônia na hora de adicionar ervas muito aromáticas ao preparo, como manjericão e alecrim, que podem deixar o drinque intenso demais.
CAIPIRINHA NA JARRA, NEM PENSAR
Caipirinha tem que ser no copo, na jarra nunca vai ficar igual. Se quiser fazer dessa forma, o melhor é bater na coqueteleira, ir jogando na jarra e completar com gelo. Para atender a muitos pedidos o ideal é enfileirar os copos, cortar todas as frutas e fazer várias caipirinhas de uma vez só. Assim, todo mundo brinda junto e o resultado é muito melhor.
E quando for servir não esqueça do canudo e do guardanapo. As mulheres adoram...
Texto compilado da matéria “Aprenda a fazer caipirinha”, de Marina Fuentes para o Portal IG-São Paulo, com a colaboração de Gerson Bendzius, mixologista da empresa de consultoria em bares Drink Design, e do Souza, bartender do bar paulistano Veloso.
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Sunday, August 21, 2011
Comida de botequim é a aposta de diversão na São Paulo Boteco Week
Agosto é o mês de volta às aulas e também do fim das férias. A São Paulo Boteco Week (SPBW) estréia sua primeira edição para reunir os amigos que querem falar de suas viagens, colocar o papo em dia, relaxar e esquecer que a rotina trabalhosa voltou.
Os restaurante/bares participantes fazem combinações especiais de porção de petisco e bebida, por R$25,00. Entre os participantes, estão: o Bar Higienópolis, HotSeria, Casa da Sograe Sotero.
Do dia 20 ao 26 de agosto, o SPBW tem como objetivo a diversão das pessoas com algo tipicamente brasileiro, que é a culinária de botequim. Para mais informações sobre o evento, acompanhe o twitter @SPBotecoWeek ou acesse o Facebook
www.facebook.com/SAOPAULOBOTECOWEEK
Wednesday, August 3, 2011
Guia de Botequins conta tudo sobre 70 bares e botecos do Rio
O Globo, a Prefeitura do Rio e o Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio (SindRio) lançam na semana que vem o Guia de Botequins do Rio, que traz o roteiro de 70 bares e botecos cariocas para não deixar turista nenhum sem dica de um bom petisco e uma refrescante bebidinha.
Com a árdua tarefa de tentar agradar a todos os gostos, o guia tem endereços dos mais sofisticados aos mais simples. Da Zona Sul, ao subúrbio, sempre com muita boemia.
Separada em sete categorias: Tradicional, Para Comer, Lapa (o bairro recebeu um capítulo exclusivo), Torresmos & Moelas, Depois da Praia, Pé-Sujo e Madrugada, a publicação tem todo o serviço dos botecos, como: endereço, telefone, horário de funcionamento e cartões aceitos ou não.
Além de um resumo da história de cada canto, com fotos de quitutes e afins de dar água na boca, o Guia Botequim tem um índice em ordem alfabética para facilitar a encontrar o seu local preferido.
Com a árdua tarefa de tentar agradar a todos os gostos, o guia tem endereços dos mais sofisticados aos mais simples. Da Zona Sul, ao subúrbio, sempre com muita boemia.
Separada em sete categorias: Tradicional, Para Comer, Lapa (o bairro recebeu um capítulo exclusivo), Torresmos & Moelas, Depois da Praia, Pé-Sujo e Madrugada, a publicação tem todo o serviço dos botecos, como: endereço, telefone, horário de funcionamento e cartões aceitos ou não.
Além de um resumo da história de cada canto, com fotos de quitutes e afins de dar água na boca, o Guia Botequim tem um índice em ordem alfabética para facilitar a encontrar o seu local preferido.
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Monday, August 1, 2011
Selo de Qualidade Botequim
Em parceria com o SEBRAE a Italcam (Câmara Ítalo-Brasileiro de Comércio, Indústria e Agricultura) está lançando a 2ª edição do selo Ospitalità Italiana, que reconhece uma verdadeira "cantina".
Se adaptados, os critérios para concessão do selo a um verdadeiro botequim ficariam assim:
1. Identidade:
Deve ter ao menos o dono ou um dos donos presentes no negócio. Nada de gerentes engravatados ou com formação acadêmica;
2. Distinção:
Deve conter um ou mais elementos de decoração que remeta ao imaginário que todos trazemos daquilo que seja um boteco - ladrilhos portugueses, expositor (vitrine), quadro de giz, imagem do santo, mesas e cadeiras palito, etc, etc.
3. Menu:
Deve ser escrito também em carioquês correto.
4. Proposta Gastronômica:
51% dos pratos devem ser tradicionalmente brasileiros, de preferência petiscos, tiragostos e belisquetes.
5. Receitas:
Pelo menos cinco receitas devem seguir a tradição gastronômica de um bar ou restaurante "pé sujo". O modo de preparo deve ser escondido, indicando-se apenas o nome do eleito com a receita, biriteiro frequentador que mais tenha pedido.
6. Bebidas:
Ao menos 20% da carta de bebidas deve ser de cachaça.
7. Banha e colorau:
Deve ser utilizado no preparo dos pratos e dito aos clientes que não contem colesterol.
8. Chef:
Deve ter certificado em baixa gastronomia ou experiência em restaurantes do gênero.
9. Valorização da cultura:
Declaração de comprometimento em difundir e valorizar a cultura e a utilização de produtos brasileiros.
10. Ingredientes:
Os produtos do boteco deverão ser declarados como saudáveis para acompanhar uma birita, fotografados e enviados para o Comitê de Avaliação.
Que tal? Só assim vamos deixar de ter lanchonete se intitulando de boteco, e restaurante da moda querendo passar por botequim.
Saturday, July 23, 2011
Aviso! Hoje o boteco não funciona. Amy morreu!
Oh, Amy!
porque você fez isso com a gente...
Nós que te amávamos tanto
que sofríamos e vibrávamos com suas canções
Em todo esse tempo da nossa convivência digital
vivemos com você seus dramas
lutamos todas as suas lutas
na esperança de ver você se recuperar
e nos dar um pouco mais da sua alegria de viver
Sei que para muitos, como você
a vida é um choque
difícil de ser vivido com tanta intensidade
Sei que nada é permitido a quem quer essa realidade
Não se ama demais
Não se come demais
Não se chora demais
Não se droga demais
E se permanece vivo para sempre
No fim quando ela vem, a morte
nos leva de roldão a juventude, a inocência
e deixa em seu rastro muita tristeza
Vai ser difícil não lembrar dos seus loucos penteados
da sua pinta no rosto
da sua vestimenta démodé
Difícil não ouvir “Back to Black” e não chorar
E agora, quando sua voz ecoar no rádio
quando sua imagem aparecer em nosso vídeo
como vai ser?
Quanta tristeza você nos deixou...
Melhor assim,
não agüentávamos mais tanto sofrimento
embarcados que estávamos
nessa louca paixão
Monday, June 20, 2011
A Costela no Bafo do Boteco do Adilson, em São Vicente de Paulo
Como diria um famoso Chef de Cozinha galês pra se comer bem e com tranquilidade tem que se sair da cidade.
Assim fiz neste domingo. Dei um pulo em São Vicente de Paulo, distrito da zona rural de Araruama, e fui comer uma "rodízio de costela no bafo" no Boteco do Adilson.
O lugar é meio tosco, misto de buteco com pensão, mas serve uma costela de respeito com acompanhamentos.
A costela é servida na tábua. Pra começar e abrir o apetite a pedida é uma cachacinha mineira que desce redonda.
Assada no forno a lenha a bichinha chega a dissolver de tão macia que fica. É gente de todo quanto é lugar querendo saborear o petisco. É tanta gente que a espera chega a durar uma hora.
Aproveitei pra rebater com "água tônica de quinino", lembram? Hoje tem nome bacana e custa uma nota. Mas lá servem a original.
BOTECO DO ADILSON - São Vicente de Paulo, distrito de Araruama.
Pra chegar tome a estrada no trevo de Araruama, depois de sair da Via Lagos pra quem vem do Rio.
PREÇO - R$ 20,00 por pessoa.
Friday, June 3, 2011
"Não concordamos com a classificação de Botecos da Veja Rio"
O Luis Alfredo escreveu um comentário para o blog "Meu Querido Botequim", de Myrian Lima na bronca com a classificação de "botecos" feita pela Veja-Rio. Segundo ele o boteco de verdade tam várias características, sendo uma delas tomar cerveja em pé.
Abaixo vai a lista dos VERDADEIROS botecos do Leblon, lugares da baixa gatronomia, segundo ele:
1) Boteco do Ivan (Embalo Bar) – Rua Dias Ferreira 113
2) Bar Colinda – Rua Dias Ferreira 420 b2
3) Boteco do Marreta (Bar Marisqueira do Leblon) – Rua Dias Ferreira 420e
4) Boteco do Washington (Novo Rio Lanches) – Av. Bartolomeu Mitre 637a
5) (Boteco do ?) Bigorrilho Lanches – Av. Ataulfo de Paiva 814a
6) (Boteco do ?) Bar Urquiza - Av. Ataulfo de Paiva 814b
7) (Boteco do ?) Lanches Novo Leblon – Av. Ataulfo de Paiva 1237a
8) (Boteco do Oscar) Escondidinho do Leblon – Av. Ataulfo de Paiva 1335a
9) (Boteco do Roque) Figueira da Foz – Rua Humberto de Campos 827/Loja L. Ocupava o local hoje do Bar-Restaurante Chico e Adelaide, da esquina da Bartolomeu com a Dias Ferreira.
10) (Boteco do?) Brotinho Lanches – Rua Humberto de Campos 827/Loja ?
11 e 12) Bar Simpatia e Café Bar Ponto Xis – Rua Cupertino Durão 96a e 96b
13) Boteco do Oscar (Bar do Pedro) – Av. Afrânio de Mello Franco 209b
Abaixo vai a lista dos VERDADEIROS botecos do Leblon, lugares da baixa gatronomia, segundo ele:
1) Boteco do Ivan (Embalo Bar) – Rua Dias Ferreira 113
2) Bar Colinda – Rua Dias Ferreira 420 b2
3) Boteco do Marreta (Bar Marisqueira do Leblon) – Rua Dias Ferreira 420e
4) Boteco do Washington (Novo Rio Lanches) – Av. Bartolomeu Mitre 637a
5) (Boteco do ?) Bigorrilho Lanches – Av. Ataulfo de Paiva 814a
6) (Boteco do ?) Bar Urquiza - Av. Ataulfo de Paiva 814b
7) (Boteco do ?) Lanches Novo Leblon – Av. Ataulfo de Paiva 1237a
8) (Boteco do Oscar) Escondidinho do Leblon – Av. Ataulfo de Paiva 1335a
9) (Boteco do Roque) Figueira da Foz – Rua Humberto de Campos 827/Loja L. Ocupava o local hoje do Bar-Restaurante Chico e Adelaide, da esquina da Bartolomeu com a Dias Ferreira.
10) (Boteco do?) Brotinho Lanches – Rua Humberto de Campos 827/Loja ?
11 e 12) Bar Simpatia e Café Bar Ponto Xis – Rua Cupertino Durão 96a e 96b
13) Boteco do Oscar (Bar do Pedro) – Av. Afrânio de Mello Franco 209b
Wednesday, May 25, 2011
A Comida De Rua da Dona Odete, e seu Coquinho Queimado; e do Gomes com seu Angú
O Rio de Janeiro tem tradições que vão muito além do samba e do botequim.
Sou de um tempo em que o Rio tinha um grande Mercado Municipal.
Ficava ali na Praça XV, e de onde só resta a torre do Albamar.
Tinha o Largo da Carioca, com seus bondes passando por baixo do Convento de Santo Antonio.
Eu era garoto, mas lembro do chororô que foi a demolição de tudo para construção do Edifício Avenida Central (já lá se vão 50 anos!). E também da burra obra da revolução de botar o antigo Senado abaixo para construir aquele feio obelisco no final da Avenida Rio Branco (e de lambuja, logo depois botaram abaixo o Restaurante do Calabouço).
Por ter sido uma cidade imperial, e abrigado príncipes e imperadores, o Rio de Janeiro abrigava a nata da burguesia, por aqui ficarem a sede dos organismos públicos do império à república.
E o centro da cidade era, sem dúvida a espinha dorsal de tudo.
Praça Mauá, Avenida Rio Branco, Praça Tiradentes, Largo da Carioca, Praça XV, e tantos outros lugares do Centro quem não conhece, por ter corrido atrás de um processo, necessitado de algum serviço público.
E em volta das ruas do Centro a tradição da comida de rua cresceu. Ambulantes, pregoeiros e personagens vários com seus quitutes e guloseimas fizeram nome e fortuna.
Não sou um historiador, mas um simples contador de histórias e na minha seara posso me lembrar de dois. A história e as receitas eu deixo para o pessoal do "Guia Carioca de Gastronomia de Rua" (Editora Arte Ensaio).
Ah, o "Angú do Gomes"! Quantas madrugadas de fartei naqueles pratos de metal. Suculenta iguaria cuja especialidade era premiar com um pedaço de rabo de boi para o freguês, além dos bofes e dos miúdos.
E quando das minhas idas ao médico, no Hospital dos Servidores do Estado não deixava de dar uma passadinha alí pelos arredores da Praça Mauá para me fartar com o "Coquinho Doce Queimado" da Dona Odete.
Dona Odete, que por sinal continua lá na Praça Mauá, agora numa barraquinha padronizada, depois de ter criado os filhos com aqueles pacotinhos de doce de amendoim e coco, acondicionados em papel celofane fechados manualmente com muita técnica.
Outros personagens existirão. As baianas com seus tabuleiros e os vendedores de amendoim, com suas latas de banha para aquecer com carvão.
Mas os dois que eu citei acima servem de exemplo para aquilo que Sergio Bloch e Ines Garçoni tão bem buscaram no seu projeto que se transformou em um Guia.
Sou de um tempo em que o Rio tinha um grande Mercado Municipal.
Ficava ali na Praça XV, e de onde só resta a torre do Albamar.
Tinha o Largo da Carioca, com seus bondes passando por baixo do Convento de Santo Antonio.
Eu era garoto, mas lembro do chororô que foi a demolição de tudo para construção do Edifício Avenida Central (já lá se vão 50 anos!). E também da burra obra da revolução de botar o antigo Senado abaixo para construir aquele feio obelisco no final da Avenida Rio Branco (e de lambuja, logo depois botaram abaixo o Restaurante do Calabouço).
Por ter sido uma cidade imperial, e abrigado príncipes e imperadores, o Rio de Janeiro abrigava a nata da burguesia, por aqui ficarem a sede dos organismos públicos do império à república.
E o centro da cidade era, sem dúvida a espinha dorsal de tudo.
Praça Mauá, Avenida Rio Branco, Praça Tiradentes, Largo da Carioca, Praça XV, e tantos outros lugares do Centro quem não conhece, por ter corrido atrás de um processo, necessitado de algum serviço público.
E em volta das ruas do Centro a tradição da comida de rua cresceu. Ambulantes, pregoeiros e personagens vários com seus quitutes e guloseimas fizeram nome e fortuna.
Não sou um historiador, mas um simples contador de histórias e na minha seara posso me lembrar de dois. A história e as receitas eu deixo para o pessoal do "Guia Carioca de Gastronomia de Rua" (Editora Arte Ensaio).
Ah, o "Angú do Gomes"! Quantas madrugadas de fartei naqueles pratos de metal. Suculenta iguaria cuja especialidade era premiar com um pedaço de rabo de boi para o freguês, além dos bofes e dos miúdos.
E quando das minhas idas ao médico, no Hospital dos Servidores do Estado não deixava de dar uma passadinha alí pelos arredores da Praça Mauá para me fartar com o "Coquinho Doce Queimado" da Dona Odete.
Dona Odete, que por sinal continua lá na Praça Mauá, agora numa barraquinha padronizada, depois de ter criado os filhos com aqueles pacotinhos de doce de amendoim e coco, acondicionados em papel celofane fechados manualmente com muita técnica.
Outros personagens existirão. As baianas com seus tabuleiros e os vendedores de amendoim, com suas latas de banha para aquecer com carvão.
Mas os dois que eu citei acima servem de exemplo para aquilo que Sergio Bloch e Ines Garçoni tão bem buscaram no seu projeto que se transformou em um Guia.
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Sunday, May 15, 2011
A Marcha das Vadias chega às portas do boteco
Certa vez me apresentava em uma escola quando me referi a uma garotinha frenética: "Você é muita exibida".
E ela na sua inocência respondeu: "O que é isso?".
A meninas crescem, se tornam mulheres, trajam roupas e adquirem costumes que as fazem "exibidas".
Para alguns, mulheres sentadas na mesa de um boteco, pernas cruzadas pagando calcinha, gestos largos, olhar sedutor é sinal de disponibilidade, de estar a fim.
Tenho amigas aos montes, e as que mais amo são aquelas que mantiveram seu jeito natural e espontâneo, passado vivido a frente do rosto, homens que ficaram e prazeres não esquecidos.
O que leva uma mulher a querer esquecer o passado, e querer deixar de lado o seu ar de "vadia"?
Acho que a maternidade para algumas, a caretice para outras, mas o principal fator é o tal do controle social.
Aos poucos as mulheres vão se submetendo aos critérios machistas da sociedade, e deixando de lado seu modo de vestir, de falar, seu ar de sedução, tudo para estar conforme as regras do comportamento social.
Quanto mais o tempo passa vão deixando de lado a naturalidade em exibir o corpo, de falar o que pensam, de contar suas histórias com prazer.
Não sei, mas a liberdade por que bradaram tantas mulheres do meu tempo ainda não foi plenamente alcançada.
Ainda temem o estupro (real) de homens que acham que seu modo de ser é um sinal verde para o sexo.
Meu amigo Bob Devasso, por exemplo, coleciona em seus relacionamentos afetivos uma quantidade de "putas" a quem amou de paixão. "Quão verdadeiras são estas mulheres!" diria ele.
Nestes tempos de trajar tão igual, mulheres usando ternos iguais a homens, roupas que anulam toda a sua feminilidade, a exibição do corpo feminino ainda é tabu.
Lembro de um dia na TV em que um consultor recriminou uma senhorita candidata a uma vaga de emprego por sua forma de trajar despojada. Sua visão machista carimbou o rótulo: VADIA!
Ainda bem que o movimento Slutwalk (em tradução livre, algo como "Marcha das Vadias"), que espero chegue logo por aqui, está levando às ruas americanas e canadenses, um grupo de mulheres indignadas, em sua maioria estupradas, que clamam pelo seu modo de ser, de se trajar, de se exibir.
Tomara que a menininha exibida da escolinha tome conhecimento da "Marcha das Vadias", e empunhe a bandeira, continuando a ser aquela doce e ingênua criatura, sem medo de ser feliz (e feminina).
E ela na sua inocência respondeu: "O que é isso?".
A meninas crescem, se tornam mulheres, trajam roupas e adquirem costumes que as fazem "exibidas".
Para alguns, mulheres sentadas na mesa de um boteco, pernas cruzadas pagando calcinha, gestos largos, olhar sedutor é sinal de disponibilidade, de estar a fim.
Tenho amigas aos montes, e as que mais amo são aquelas que mantiveram seu jeito natural e espontâneo, passado vivido a frente do rosto, homens que ficaram e prazeres não esquecidos.
O que leva uma mulher a querer esquecer o passado, e querer deixar de lado o seu ar de "vadia"?
Acho que a maternidade para algumas, a caretice para outras, mas o principal fator é o tal do controle social.
Aos poucos as mulheres vão se submetendo aos critérios machistas da sociedade, e deixando de lado seu modo de vestir, de falar, seu ar de sedução, tudo para estar conforme as regras do comportamento social.
Quanto mais o tempo passa vão deixando de lado a naturalidade em exibir o corpo, de falar o que pensam, de contar suas histórias com prazer.
Não sei, mas a liberdade por que bradaram tantas mulheres do meu tempo ainda não foi plenamente alcançada.
Ainda temem o estupro (real) de homens que acham que seu modo de ser é um sinal verde para o sexo.
Meu amigo Bob Devasso, por exemplo, coleciona em seus relacionamentos afetivos uma quantidade de "putas" a quem amou de paixão. "Quão verdadeiras são estas mulheres!" diria ele.
Nestes tempos de trajar tão igual, mulheres usando ternos iguais a homens, roupas que anulam toda a sua feminilidade, a exibição do corpo feminino ainda é tabu.
Lembro de um dia na TV em que um consultor recriminou uma senhorita candidata a uma vaga de emprego por sua forma de trajar despojada. Sua visão machista carimbou o rótulo: VADIA!
Ainda bem que o movimento Slutwalk (em tradução livre, algo como "Marcha das Vadias"), que espero chegue logo por aqui, está levando às ruas americanas e canadenses, um grupo de mulheres indignadas, em sua maioria estupradas, que clamam pelo seu modo de ser, de se trajar, de se exibir.
Tomara que a menininha exibida da escolinha tome conhecimento da "Marcha das Vadias", e empunhe a bandeira, continuando a ser aquela doce e ingênua criatura, sem medo de ser feliz (e feminina).
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Tuesday, April 5, 2011
O dia em que Beto Sanfoneiro tocou na birosca do Ray
A história não sei bem como foi. Só sei que me contaram assim.
Tinham combinado de ir a um churrasco na roça, bem longe das quintas de onde moravam.
No dia anterior a partida a crooner do conjunto veio com uma conversa esfarrapada só pra negar o compromisso da carona.
Ficaram os dois a ver navio, já que o carro que sobrara não dava pra carregar a galera de bicões.
Foi ai que surgiu a idéia de convidarem o Beto, sanfoneiro de mão cheia que não se negava ir num pagode onde rolasse birita à vontade.
Pra convencer o sujeito, que embora sanfoneiro fosse gente de trato refinado, acostumado as mordomias da vida de quem, bem nascido, carrega dinheiro no bolso disseram que o lugar era um paraíso, e que lhe aguardava uma recepção digna de astro de rock, com banhos em cachoeira e praias de belas donzelas.
Se aboletaram quatro num carango, mais quatro no outro, este um belo possante com ar e som de luxo, que claro era do Beto Sanfoneiro.
No meio do caminho, já perto do lugar lembraram que não sabiam o caminho, pois nunca tinham estado lá no tal lugar.
Ligaram pro cara do churrasco pra que viesse até ali pra rebocar a galera em segurança.
Enquanto isso, calor escaldante, a garganta secou.
Bem numa das esquinas da encruzilhada em que se encontravam perdido ficava a birosca do Ray, posto que na roça, seja o nome boteco ou botequim é coisa de fresco.
Como nos velhos filmes de cowboy, poeira, mosca e ninguém não faltavam. Talvez fossem os primeiros clientes daquele dia calorento.
No que sentaram arriaram logo uma meia dúzia de loiras geladas.
Bar cheio de estranhos, gente alegre e conversadeira chamaram logo a atenção de quem passava.
O Ray, de nome completo Reinaldo, melhorou o atendimento e a atenção, pois aquela tarde prometia diversão e bons negócios.
Quando o dono do churrasco chegou já tinha ido quase uma caixa de cerva.
Meio puto - tinha deixado os convidados pra rebocar aquele bando de músicos relaxados -, falou que o lugar era logo ali.
A essa altura o lugar fervia de gente, pois Beto Sanfoneiro tinha falado da sua função, criando a expectativa de que viesse a tocar.
No grupo ao lado, Brasileirinho, peão parrudo e queimado de sol, que costumava bater ponto no lugar, já tinha tomado intimidade, e exigiu:
- Se não tocar, daqui não sai !!!
Ato continuo mandou descer mais três, no que Beto Sanfoneiro sem se sentir intimidado gritou:
- Vá lá no carro e pega a sanfona!
A função começou com "Asa Branca", depois "Carinhoso" e prosseguia nessa levada do nosso cancioneiro quando Zé Cueca, um peão baixinho e desdentado, já com a cara cheia de cachaça começou a puxar o canto de um arrasta-pé daqueles bem fuleiros, de gente criada na roça.
Beto Sanfoneiro não negou suas origens de cara do interior, e deleitou Zé Cueca com um pout-porri que fez juntar mais gente, gente simples das cercanias não acostumada com aquela beleza de sanfona de não sei quantos baixos. E tome Trio Parada Durada - "As andorinhas voltaram/ e eu também voltei..." -, Tião Carreiro e Pardinho, e muitos outros de sucesso do sertanejo original.
O Ray era só sorriso na perereca reluzente. Da caixa e meia que o grupo tomou, bem deixou de cobrar umas dez cervejas.
Pena que foram embora, saindo aclamados como se ali tivesse passado uma Caravana Holiday.
Beto Sanfoneiro, vaidoso chegou ao churrasco contando prosa, cheio de razão, mesmo porque o lugar não era o que tinham lhe prometido, sem mordomias. Teria que dormir no chão e dividir o quarto com os morcegos que não pagavam aluguel.
Meio chateado foi embora de madrugada, deixando na mão a galera, e na birosca do Ray uma bruta saudade do dia em que ouviram Beto Sanfoneiro tocar.
Tinham combinado de ir a um churrasco na roça, bem longe das quintas de onde moravam.
No dia anterior a partida a crooner do conjunto veio com uma conversa esfarrapada só pra negar o compromisso da carona.
Ficaram os dois a ver navio, já que o carro que sobrara não dava pra carregar a galera de bicões.
Foi ai que surgiu a idéia de convidarem o Beto, sanfoneiro de mão cheia que não se negava ir num pagode onde rolasse birita à vontade.
Pra convencer o sujeito, que embora sanfoneiro fosse gente de trato refinado, acostumado as mordomias da vida de quem, bem nascido, carrega dinheiro no bolso disseram que o lugar era um paraíso, e que lhe aguardava uma recepção digna de astro de rock, com banhos em cachoeira e praias de belas donzelas.
Se aboletaram quatro num carango, mais quatro no outro, este um belo possante com ar e som de luxo, que claro era do Beto Sanfoneiro.
No meio do caminho, já perto do lugar lembraram que não sabiam o caminho, pois nunca tinham estado lá no tal lugar.
Ligaram pro cara do churrasco pra que viesse até ali pra rebocar a galera em segurança.
Enquanto isso, calor escaldante, a garganta secou.
Bem numa das esquinas da encruzilhada em que se encontravam perdido ficava a birosca do Ray, posto que na roça, seja o nome boteco ou botequim é coisa de fresco.
Como nos velhos filmes de cowboy, poeira, mosca e ninguém não faltavam. Talvez fossem os primeiros clientes daquele dia calorento.
No que sentaram arriaram logo uma meia dúzia de loiras geladas.
Bar cheio de estranhos, gente alegre e conversadeira chamaram logo a atenção de quem passava.
O Ray, de nome completo Reinaldo, melhorou o atendimento e a atenção, pois aquela tarde prometia diversão e bons negócios.
Quando o dono do churrasco chegou já tinha ido quase uma caixa de cerva.
Meio puto - tinha deixado os convidados pra rebocar aquele bando de músicos relaxados -, falou que o lugar era logo ali.
A essa altura o lugar fervia de gente, pois Beto Sanfoneiro tinha falado da sua função, criando a expectativa de que viesse a tocar.
No grupo ao lado, Brasileirinho, peão parrudo e queimado de sol, que costumava bater ponto no lugar, já tinha tomado intimidade, e exigiu:
- Se não tocar, daqui não sai !!!
Ato continuo mandou descer mais três, no que Beto Sanfoneiro sem se sentir intimidado gritou:
- Vá lá no carro e pega a sanfona!
A função começou com "Asa Branca", depois "Carinhoso" e prosseguia nessa levada do nosso cancioneiro quando Zé Cueca, um peão baixinho e desdentado, já com a cara cheia de cachaça começou a puxar o canto de um arrasta-pé daqueles bem fuleiros, de gente criada na roça.
Beto Sanfoneiro não negou suas origens de cara do interior, e deleitou Zé Cueca com um pout-porri que fez juntar mais gente, gente simples das cercanias não acostumada com aquela beleza de sanfona de não sei quantos baixos. E tome Trio Parada Durada - "As andorinhas voltaram/ e eu também voltei..." -, Tião Carreiro e Pardinho, e muitos outros de sucesso do sertanejo original.
O Ray era só sorriso na perereca reluzente. Da caixa e meia que o grupo tomou, bem deixou de cobrar umas dez cervejas.
Pena que foram embora, saindo aclamados como se ali tivesse passado uma Caravana Holiday.
Beto Sanfoneiro, vaidoso chegou ao churrasco contando prosa, cheio de razão, mesmo porque o lugar não era o que tinham lhe prometido, sem mordomias. Teria que dormir no chão e dividir o quarto com os morcegos que não pagavam aluguel.
Meio chateado foi embora de madrugada, deixando na mão a galera, e na birosca do Ray uma bruta saudade do dia em que ouviram Beto Sanfoneiro tocar.
Tuesday, March 15, 2011
O discurso de Obama no boteco da Cinelândia
Vai ser uma festa! Aquele bando de velhinhos remanescentes da passeata dos 100.000 se rendendo ao imperialismo ianque.
Wladimir Palmeira trepado em cima da amendoeira com uma maquininha Kodak querendo pegar o melhor ângulo para a foto dos sobrinhos. Zé Dirceu twitando suas paródias com loas ao capitalismo, e a dinheirama que este o vem ajudando a ganhar. Carlos Lupi e Fernando Bandeira com a velha barraquinha dos tempos do Brizola vendendo gifts e bottons da AFL-CIO.
Velhos personagens em uma nova realidade. Já não existe guerra fria e o Brasil baba o ovo de qualquer um que vier prometendo um assento no Conselho de Segurança da ONU.
Quem diria que um dia eu ia ver esse filme, sem levar porrada da polícia, e me proteger das bombas de gás cheirando as calcinhas molhadas com o xixi das meninas.
Já estou sabendo que o Amarelinho vai ser o ponto de encontro. Todos enchendo a cara, tomando chopp no boteco, esperando a derradeira hora chegar: o discurso do homem..
A garotada da UNE e a pelegada sindical vão estar lá, tietando os assessores do presidente americano, tentando descolar um visto de entrada na terra do Tio Sam para comprar o último Ipad, tirar uma foto com Mickey, ou assistir ao último musical da Brodway.
Afinal, somos ou não somos irmãos dessa grande nação americana?
Em São Bernardo, Lula e Marisa estarão reunidos em "petit comitê" regado a petiscos do Bonifácio diante da tv de plasma de 42'. Presença garantida do Faustão, Ana Maria Braga, Hebe Camargo, Lulinha, e os novos e ricos empresários emergentes. A filial política da Daslu vai ferver!
E se durante o comício, ou melhor discurso, aparecer algum comuna radical, daqueles que não levaram algum da bolsa-anistia, gritando "FORA O IMPERIALISMO IANQUE"?
Vão ter que levar o senhor até ao lado, na velha embaixada americana transformada em bunker, pra jogar o mais novo game de lavagem cerebral: "I LOVE OBAMA, LULA É O CARA!".
Acho que meu nervosismo, minha ansiedade não emplaca até sábado.
Vou ligar pro meu grupelho do Liceu e combinar uma estratégia. Quero estar ao lado do homem!
Não posso perder a visão de estar lá no alto do palanque montado na escadaria da Câmara do Vereadores, assistindo a esse grande espetáculo desse novo Brasil, em que os outrora detratores do capitalismo, que se reuniam na calçada do Paissandu, levando debaixo do braço os caderninhos do CPC, cantando em alto e bom som o "Auto dos 99%", afogavam às mágoas da ditadura em altos papos regados a Caninha da Roça.
Nem pensavam que um dia iam estar do outro lado da mesa, sentados no Vilarinho, tomando whisky importado, ao lado da galera da Hilary.
Wladimir Palmeira trepado em cima da amendoeira com uma maquininha Kodak querendo pegar o melhor ângulo para a foto dos sobrinhos. Zé Dirceu twitando suas paródias com loas ao capitalismo, e a dinheirama que este o vem ajudando a ganhar. Carlos Lupi e Fernando Bandeira com a velha barraquinha dos tempos do Brizola vendendo gifts e bottons da AFL-CIO.
Velhos personagens em uma nova realidade. Já não existe guerra fria e o Brasil baba o ovo de qualquer um que vier prometendo um assento no Conselho de Segurança da ONU.
Quem diria que um dia eu ia ver esse filme, sem levar porrada da polícia, e me proteger das bombas de gás cheirando as calcinhas molhadas com o xixi das meninas.
Já estou sabendo que o Amarelinho vai ser o ponto de encontro. Todos enchendo a cara, tomando chopp no boteco, esperando a derradeira hora chegar: o discurso do homem..
A garotada da UNE e a pelegada sindical vão estar lá, tietando os assessores do presidente americano, tentando descolar um visto de entrada na terra do Tio Sam para comprar o último Ipad, tirar uma foto com Mickey, ou assistir ao último musical da Brodway.
Afinal, somos ou não somos irmãos dessa grande nação americana?
Em São Bernardo, Lula e Marisa estarão reunidos em "petit comitê" regado a petiscos do Bonifácio diante da tv de plasma de 42'. Presença garantida do Faustão, Ana Maria Braga, Hebe Camargo, Lulinha, e os novos e ricos empresários emergentes. A filial política da Daslu vai ferver!
E se durante o comício, ou melhor discurso, aparecer algum comuna radical, daqueles que não levaram algum da bolsa-anistia, gritando "FORA O IMPERIALISMO IANQUE"?
Vão ter que levar o senhor até ao lado, na velha embaixada americana transformada em bunker, pra jogar o mais novo game de lavagem cerebral: "I LOVE OBAMA, LULA É O CARA!".
Acho que meu nervosismo, minha ansiedade não emplaca até sábado.
Vou ligar pro meu grupelho do Liceu e combinar uma estratégia. Quero estar ao lado do homem!
Não posso perder a visão de estar lá no alto do palanque montado na escadaria da Câmara do Vereadores, assistindo a esse grande espetáculo desse novo Brasil, em que os outrora detratores do capitalismo, que se reuniam na calçada do Paissandu, levando debaixo do braço os caderninhos do CPC, cantando em alto e bom som o "Auto dos 99%", afogavam às mágoas da ditadura em altos papos regados a Caninha da Roça.
Nem pensavam que um dia iam estar do outro lado da mesa, sentados no Vilarinho, tomando whisky importado, ao lado da galera da Hilary.
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