"Conheci minha amiguinha lésbica quando fazia uma besteirinha de trabalho para a firma em que ela era secretária. Chegou a mim por um classificado de jornal, e logo que dei de cara com a figura percebi sua opção sexual.
Fumando muito, com aquele jeitão de lutadora de boxe fugindo de um "jab" trazia no olhar a doçura de uma menina desengonçada, cheia de respeito diante do profissional.
Em meio a balburdia do show-room da imobiliária comecei falando de alguns projetos que havia desenvolvido, e das opções que a firma tinha para me contratar. Mesmo sacando que ela não gostava de homem queria deixar uma boa impressão, seduzir para conquistar o contrato.
Convidei seu chefe para participar da reunião e este, meio sovina quis saber do custo da minha visita, por considerar que ali o trabalho não iria render. Realmente no meio daquele entra e sai de gente procurando apartamentos para alugar por temporada não era o melhor lugar para se trabalhar num projeto daqueles.
Entusiasmada e com a carta-branca do chefe marcou comigo no Bip Bip, o simpático boteco da Almirante Gonçalves próximo a firma. Depois de duas cervejinhas fomos andando a pé até o seu apartamento. Ambos os lugares, trabalho e residência ficavam em Copacabana, bairro cheio de mistérios e encantamentos.
Ela morava num daqueles prédios lotados de quitinetes, com um porteiro com cara de novela das oito, tremendo "Copamar" antes da síndica durona que, como toda quitinete de Copa era apertada, transformada num loft meio improvisado.
O clima dentro da casa era animado. Sua namorada, uma pretinha gostosa, cismava em querer atrapalhar a reunião da gente, morta de ciúmes. Nem precisava, estava ali a trabalho, e na ativa quero o meu na mão.
Já mesmo antes, quando estivemos juntos na firma, senti que as duas tinham uma relação conturbada. O telefone tocando a toda a hora, e as intervenções, que beiravam o baixo astral não indicavam qual das duas tinha a pomba-gira mais agressiva.
No apartamento, um laptop cheio de defeitos, com fotos de sacanagem na tela, e endereços de sites pornográficos misturados aos arquivos de trabalho foi colocado a minha disposição numa posição tão desconfortável que fazia que eu, todo torto na cadeira ficasse bem de frente para tudo que acontecia na sua vida privada.
Com as duas morava uma outra garota, esta de programa, não sei se lésbica também.
Quando cheguei estava com os peitinhos a mostra, durinhos, por trás de uma blusa de seda, e os cabelos tintos de louro com aquela cor de água oxigenada. Depois saiu para tomar banho.
Meu rabo de olho não permitiu ver se tinha uma bunda gostosa, mas era saliente a garota, com aquele ar de "quem quer pagar" toda espevitada.
Envolta numa toalha voltou ao loft faminta, buscando restos de comida para alimentar seu corpo glamoroso. Acompanhei toda a sua preparação para o novo programa, suas entradas e saídas penteando o cabelo, se maquiando, arrumando a roupa bem em frente de onde eu estava sentado, sempre por trás do balcão em que faziam as refeições, e eu só conseguindo lhe ver da cintura para cima.
Um detalhe: toda a vez que a geladeira abria saia um odor de azedo, aquele cheiro de comida estragada própria de gente sem tempo. Uma pena que o doce perfume de banho ficasse misturado ao ar daquele lugar meio podre.
Um detalhe: toda a vez que a geladeira abria saia um odor de azedo, aquele cheiro de comida estragada própria de gente sem tempo. Uma pena que o doce perfume de banho ficasse misturado ao ar daquele lugar meio podre.
Minha amiguinha lésbica, preocupada em administrar o apartamento não conseguia sossegar o rabo para prestar atenção naquilo que eu estava propondo, reclamando com as duas a todo instante de cada detalhe que visse de errado. Dizia para mim que estava entendendo, que queria assim ou assado, e que isso ou aquilo me passaria por email. Seu olhar e atenção estavam voltados o tempo todo para a zona que era aquele lugar. Mais puta ficou quando soube que não tinha comida para comer.
E assim foi indo o trabalho. Daquele encontro em diante voltei só mais uma vez ali.
Com a cabeça fantasiando orgias ficava esperando por um novo convite. Mas nada, só madrugadas ao telefone, e emails sem fim até aprontar o trabalho, que por sinal ficou uma merda - para ficar mais barato ela optou que eu lhe ensinasse a fazer, e para aquilo não tinha a menor criatividade. Mas me senti confortável por ter conseguido terminar o trabalho.
Voltemos a nossa amizade. Nos afastamos um tempo, ela foi demitida da firma, e eu fiquei sem saber como andava sua vida.
Até que um dia ligou, me fazendo um convite para montarmos juntos uma agência de garotas de programa. Minha delicada recusa criou o vínculo que temos até hoje.
Está de namorada nova, ciumenta como sempre, morando no mesmo sórdido apartamento que a encontrei pela primeira vez."