Sou de um tempo em que se lia nos noticiários dos jornais que assédio era os caras da 'De Millus' convidarem as moças da fábrica para experimentar novos modelos de sutiã, só para ficar apalpando os seios delas.
Um tempo em que no 'Laboratório B. Braun', onde trabalhei, nas festas de fim de ano os caras da diretoria constrangiam as meninas da fábrica com passadas de mão na bunda, e estas fingiam aceitar só para irem trabalhar no escritório.
Essas e outras grosserias eram gritantes.
Uma vez levei uma colega que trabalhava na obra da Usina Nuclear, em Angra dos Reis, a delegacia pois que tinha se negado a deixar ser apalpada pelos seguranças na entrada, sendo agredida por um deles. No distrito fomos tratados com desdem, e a resposta que ouvimos foi "lá a gente não se mete, eles tem o direito de revistar!".
Assédio era sinônimo de violência, constrangimento funcional, e outros comportamentos machistas.
Hoje quando leio o noticiário fico ressabiado, já não temos mais o mesmo panorama, e o empoderamento feminino está gerando confusão na cabeça de muito homem.
Fiu fiu não vale, olhar de rabo de olho, também não. Não vale ser carioca engraçadinho com suas cantadas de cachorrinho, e músicas de carnaval consideradas 'machistas' são banidas.
Criminalizaram a galinhagem, o ambiente suruba do happy hour de fim de expediente, a indiferença pecaminosa do "quero ele para mim".
Daqui para a frente voltarão os colégios só para meninas, e só para meninos, e a Luluzinha vai fechar seu 'Clube do Bolinha'.
Fiquei perdido, e não assino embaixo do mea culpa do José Mayer, pois nossa formação masculina não foi construída em campinhos de futebol, nem em rodas de boteco, mas em casa, quando nossas mães e tias orgulhosas diziam, "prendam suas cabras que meus bodes estão soltos".
Thursday, April 6, 2017
Wednesday, April 5, 2017
Meu mundo digital
Minha amiga pergunta, "como está a solidão?".
Respondo ouvindo jazz, que é a minha ligação com Deus. Ouço jazz o dia inteiro quando estou em casa, sentado diante da tela do computador, trabalhando e escrevendo minhas tranqueiras, olhar ligado nos fatos.
Meu mundo é uma tela de cristal, e o facebook minha companhia para deixar a cabeça ocupada, diversão e realidade transformada em histórias.
Mais fácil assim o pensamento, que aquele monte de papel rabiscado de antigamente, quando não impresso, datilografado pelo teclado da minha velha Remington portátil.
De vez em quando levanto a bunda da cadeira e saio, faço as compras, posto as coisas que vendo para os meus clientes, e aproveito para conversar com quem quiser conversar, no ônibus, no mercado, na rua, etc. Levo uma vida sedentária regada a alimentação saudável e natural o mais que que possa.
Às vezes falo com minha outra amiga que se foi pelo whatsapp, as mesmas amenidades de quando estávamos juntos.
Enquanto essa crise não passa parei de cozinhar para fora, virei chef de mim mesmo. Não sei ficar disputando o pouco mercado que existe com gente que empreende por necessidade, prefiro a preguiça, o relaxamento, a falta de desejos que não me obriguem a avançar. Ficar na moita esperando é bem melhor!
Se isso é viver com sabedoria, é bom viver assim. A velhice tem disso, uma certa conformação com a realidade.
E enquanto vou vivendo essa vida, vou recordando. Vivi muitos amores, criei filhos, escrevi uma história cultural e profissional, que cada dia releio um pouco.
Se antes tudo virava letra de música, poesia, hoje transformo em conteúdo que abastece meu mundo digital.”
Respondo ouvindo jazz, que é a minha ligação com Deus. Ouço jazz o dia inteiro quando estou em casa, sentado diante da tela do computador, trabalhando e escrevendo minhas tranqueiras, olhar ligado nos fatos.
Meu mundo é uma tela de cristal, e o facebook minha companhia para deixar a cabeça ocupada, diversão e realidade transformada em histórias.
Mais fácil assim o pensamento, que aquele monte de papel rabiscado de antigamente, quando não impresso, datilografado pelo teclado da minha velha Remington portátil.
De vez em quando levanto a bunda da cadeira e saio, faço as compras, posto as coisas que vendo para os meus clientes, e aproveito para conversar com quem quiser conversar, no ônibus, no mercado, na rua, etc. Levo uma vida sedentária regada a alimentação saudável e natural o mais que que possa.
Às vezes falo com minha outra amiga que se foi pelo whatsapp, as mesmas amenidades de quando estávamos juntos.
Enquanto essa crise não passa parei de cozinhar para fora, virei chef de mim mesmo. Não sei ficar disputando o pouco mercado que existe com gente que empreende por necessidade, prefiro a preguiça, o relaxamento, a falta de desejos que não me obriguem a avançar. Ficar na moita esperando é bem melhor!
Se isso é viver com sabedoria, é bom viver assim. A velhice tem disso, uma certa conformação com a realidade.
E enquanto vou vivendo essa vida, vou recordando. Vivi muitos amores, criei filhos, escrevi uma história cultural e profissional, que cada dia releio um pouco.
Se antes tudo virava letra de música, poesia, hoje transformo em conteúdo que abastece meu mundo digital.”
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