Sunday, September 21, 2008

Lá pras bandas de Guapi


Ontem sai para tomar umas cachaças na festa de uns amigos. Subi a serra e fomos lá pra Guapimirim.
Depois de passar pelo nepotismo escancarado da família Cozzolino, que em cada trecho de estrada, escola, ou campinho dá o nome de alguém da família a qualquer lugar de Magé chegamos ao agradável lugar, um condomínio classe média desses de bacana.
Era aniversário do "seu" Ernesto, um coroa picão de 90 anos, com jeito de garotão.
Essas reuniões familiares de base suburbana são pra lá de legais.
Cunhados gaiatos, amigos que dão pilha, e aquele jeito moleque de estar nem ai pra pagar mico.
Procurando me enturmar fui logo procurando ‘uma’ pra tomar.
O buffet, daqueles bem bregados que acha o máximo servir chopp em jarra de vidro, ainda nem tinha terminado de se organizar, e já estava eu pedindo alguma coisa quente, já que o chopp (ou cerveja) estava com cara de poucos amigos.
O garçom me apresentou a opção de uma caipvodka.
Olhei pra cara da coitada, a vodka... Tinha semblante de égua paraguaia, com um nome impronunciável que nem aquele bêbado do Yeltsin tomaria.
“Qual seria a outra opção”, perguntei eu ao rapaz. Mostrou-me uma branquinha que, disse-me ele era produzida em algum alambique do lugar.
Provei um gole e aprovei. A danada fez arder até aquele olho de baixo, mas desceu macia.
Caipirinha na mão corri pro papo. Na roda o cunhado do meu amigo Gesu, radiologista aqui do Hospital de Cardiologia contava suas histórias cheias de gozação.
O sujeito de nome Fernando sabia de tudo dos botecos aqui da região onde me escondo. Amigo do Serafim da Adega, a quem deu uma força num problema de saúde, do Edgar da Taska, ou seja, trinta e poucos anos de botecos do bairro das Laranjeiras.
Entre um gole e outro traçamos um roteiro etílico e gastronômico que foi desde os blocos de carnaval de Santa Tereza aos botequins vizinhos. Taska do Edgar, Adega do Serafim, Severyna, os bares da Gago Coutinho, do Largo do Machado, do Mercado São José, subimos e descemos ladeira jogando conversa fora.
E pra completar demos um pulo até Irajá e Vista Alegre nas nossas lembranças, lugar onde moram quase todos que estavam por ali. E toma a falar de caldinho, feijão e tiragosto.
Pena que o serviço do tal buffet fosse uma droga. De bom apenas uma carne assada meio fria. Mas a roda gostosa, com gente brasileira, sem pretensões gastronômicas mais ousadas compensou qualquer dor de barriga que o almoço carregado pudesse causar.
Na volta pra casa, uma carona na kombi do "Belo", um sósia do pagodeiro que carregou toda a família, e que quando chegou em Vicente de Carvalho, antes de nos deixar para pegar o metrô foi logo pegando gente na rua pra arrecadar mais algum, fazendo lotada.
Vocês irão me perguntar: “E ai... Chegou inteiro?”.
Sim, inteirinho da Silva pois a branquinha que tomei era mesmo especial.

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